segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O Sumiço - O Ânimo - A Queda

O ano está chegando ao fim. E não é que todo mundo, em qualquer final de ano, reflete em como o ano foi e quer fazer novas mudanças, novos planos e tudo o mais?
Eu também sou assim, mas o que realmente venho pensando nesse último mês de 2012 é em como esse ano foi especial para mim. Não sei se posso dizer que foi o melhor da minha vida, mas sem dúvidas, foi o ano em que realizei a coisa mais importante que fiz em minha vida até hoje, que foi minha cirurgia.

Eu ando mesmo sumida do blog. Isso tem muito a ver com o meu atual estado de espírito. Ultimamente, não tenho tido ânimo pra nada. Eu tive um semestre muito complicado na faculdade. No meu trabalho também tenho tido situações desanimadoras, e venho trazendo tais complicações para o meu cotidiano. Espero que agora, com as férias da faculdade e o recesso no trabalho, eu tenha tempo de descansar. Descansar a mente principalmente. No momento, dei o nome à situação em que estou vivendo de Desânimo Generalizado, igual a um mal-estar geral, pois acho que nem eu mesma sei definir direito o que vai mal em minha vida.

E como o tempo não pára, já completei 5 meses de cirurgia. Bom, a não ser o fato de adorar ver a minha cintura no espelho cada dia mais, nada mudou. É verdade que estou com uma "pancinha" saliente, mas é devido a ficar tanto tempo sem poder fazer exercícios e comendo besteiras, o que me fez engordar 2 kilos e meio. Andei parando com as besteiras e emagreci um pouquinho, estou quase magrela de novo ahauhsuaha.

Quando estava para completar 4 meses de cirurgia tive um grande susto. Estava em meu quarto me trocando e ao vestir a calça, sabe quando você fica em um pé só para vestir uma das pernas da calça? pois é, me desequilibrei e caí para trás. Pela primeira vez eu compreendi o porquê, em um filme por exemplo, as pessoas caem em câmera lenta, pois eu caí em câmera lenta! ahusauhasa e caí de bunda no chão. Fez um barulho oco na coluna, eu fiquei completamente sem ar, pensei na hora: "Pronto, quebrei no meio". Queria gritar o meu pai pra me ajudar a levantar e não conseguia, pois fiquei sem ar nenhum, comecei a chorar e passado uns 2 minutos, eu lá caída no chão, continuava gritando meu pai até que ele ouviu e foi me ajudar. Ele me sentou na cama e ficou angustiado ali comigo. Eu insistia em dizer que pelo barulho, tinha soltado alguma coisa. Eu mexia os braços pra cima e pra baixo, mas eu não sentia dor, nem sentia algo errado nas costas. Como eu estava mega atrasada para a prova do meu vestido de madrinha de casamento de uma amiga e já tinha raio-x marcado pra dali alguns dias, resolvi esperar o raio-x, não sem antes avisar o meu médico, mas ele disse que se tivesse acontecido alguma coisa na queda, eu estaria sentindo dor. Pra minha sorte, depois de muita angustia entre fazer o raio-x, esperar ficar pronto e levar pro Dr.Marcus, quando ele analisou me disse que nada aconteceu e que estava tudo bem - que alívio!

Fora essa queda, nada de muito novo aconteceu. Eu continuo desfrutando da minha independência pós cirurgia, mesmo sabendo que ainda falta um tempinho pra ela ser completa. Arrisquei jogar volei com um pessoal no sítio e não é que foi legal? é verdade que não estou liberada pra fazer exercícios, mas não fiquei abaixando, nem cometendo loucuras, apenas sacando, dando umas manchetes, nada de pulos e todo o resto. Eu senti, na verdade, que me fez bem, me senti meio que alongando os músculos, coisa que não faço a meses!
Outra de minhas estripulias é que eu andei jogando Central Dance 3 no XBox. Pra quem não conhece, consiste num jogo de dança, em que você é o controle e você dança conforme os bailarinos e tal. É, eu ainda estou robozinho pra alguns passinhos, mas já dá pra dar uma reboladinha ahsuahsuaha que o doutor não veja essa parte. É, sou meio doida sim, mas o que importa é se sentir bem e feliz, e no quesito Cirurgia, é exatamente assim que me sinto =)

Desejo a todos que acompanham o meu blog, um excelente natal e que 2013 seja ainda melhor que este ano. Que seja repleto de muita saúde, prosperidade - muitas bençãos - acima de tudo.



sábado, 6 de outubro de 2012

Antes e Depois da Cirurgia de Escoliose e... 3 Meses de Cirurgia!

Hoje é uma data especial, pois hoje fazem 3 meses que operei!

Me sinto realmente ótima. As pessoas continuam bobas de verem a minha recuperação  - e eu também. Apesar de alguns desconfortos, pois passo muito tempo sentada (acho que um total de mais de 10 horas por dia) então não tem como não sentir alguma dorzinha, mas na maioria das vezes a dor é muscular. Posso dizer, com toda a certeza, que sentia muito mais dor na coluna antes de operar do que agora e isso é simplesmente maravilhoso.

Acredito que uma das melhores sensações que senti na minha vida foi me olhar no espelho após a cirurgia. Apesar de ainda ter ficado com uma pequena saliencia nas costas devido às costelas terem rotacionado muito por causa da escoliose, hoje posso dizer que é um alívio poder usar uma blusa mais apertada ou mesmo o cabelo preso (coisa que sempre evitei). Acho que a palavra mais adequada para essa sensação é, sem sombra de dúvidas, LIBERDADE.

Compartilho agora com vocês a maior prova da minha Vitória!

A foto da esquerda foi tirada algumas semanas antes da cirurgia. A da direita foi tirada uma semana depois da cirurgia.

Sim, eu acho esse antes e depois do Raio-X simplesmente incrível. 
Antes, eu tinha uma escoliose em S, com a curvatura de 67º na torácica e 50º na lombar. 
Eu fiquei emocionada ao ver o meu Raio-X depois da cirurgia. A curva de 67º ficou com 7º e a de 50º ficou com 2º (medidos pelo meu médico milimetricamente, pois na prática ela praticamente zerou).

Como operei com 23 anos, a estimativa do meu médico era que eu diminuísse ambas as curvas em 50%, já que ele acreditava que minha coluna não apresentaria uma boa flexibilidade. Mas como além de ser abençoada por Deus, também sou muito sortuda. tive essa maravilhosa benção de apresentar uma boa flexibilidade nas curvas. Afinal, sou uma moça de BELAS CURVAS e uma BELEZA INTERIOR bem distinta, não é? =)

terça-feira, 2 de outubro de 2012

2 meses de Cirurgia e a tão sonhada VIDA NORMAL


Ansiei muito por este post, mas ele demorou a ser publicado por um excelente motivo: VIDA NORMAL, minha gente!

Faculdade de manhã, depois 8, 9 ou 10 horas de trabalho no escritório... enfim, tudo voltou a ser como era antes e não tem como eu não ficar feliz com tudo isso. Me lembro bem que quando faziam umas 2 ou 3 semanas que eu havia operado e eu ainda ficava em casa com aquele cansaço que dá ao fazer tarefas simples como tomar banho, trocar de roupa, dentre outras, sempre me perguntava quando é que eu poderia fazer tudo o que eu fazia novamente. Ainda bem que não demorou a acontecer! =)

Já estou para fazer 3 meses de cirurgia. Eu voltei para a minha rotina de ir pra faculdade e pro trabalho com 1 mês de cirurgia, mas ainda pegava leve, como por exemplo: não peguei ônibus, sentava em uma cadeira diferente na faculdade, um pouquinho melhor (estofada) que solicitei, não usei salto. Enfim, ia fazendo as coisas apenas de acordo com o meu grau de possibilidades.

Esse segundo mês de cirurgia já foi beeeem melhor. Agora sento na cadeira normal da faculdade, se cair algo no chão, me abaixo e pego (isso ainda assusta muita gente, inclusive eu hahaha) e já usei 2 vezes salto alto (não muito alto e não o dia todo, sempre levo uma sapatilha para o trabalho, mas tinha que comemorar a tão sonhada vida normal pela qual eu tanto esperei. Ah, e já peguei ônibus e metrô.

Aqui vai uma pequena loucura que fiz: Mudamos de escritório e eu estava muito empolgada com a mudança, afinal, adoro mudanças e estou vivendo um momento em minha vida repleto delas, mas na empolgação eu mesma pintei uma parede com minha cor favorita. Sim, com duas demãos. Tinha acabado de fazer 2 meses de cirurgia e estava sentindo que poderia fazer tudo - Há!
Gente, na hora que eu estava lá com o rolo pintando acreditei que estava fazendo até um exercício bom para as costas, não senti dor nem nada e adoreeei pintar a parede e saber que ali tem um pouquinho de mim. MAS no outro dia, sentia pontadas de dor na lombar e jurei por tudo e pra todos que não repetiria nenhuma loucura nos próximos meses. E assim esta sendo.

Algumas considerações: 
  • Antes de operar eu achava que andar de salto alto em São Paulo era difícil, por causa dos buracos. Depois que operei percebi que até de tênis é terrível! os desníveis, os buracos, calçadas mal feitas... me fez pensar muito no direito que as pessoas com dificuldades de locomoção ou cadeirantes possuem e não são respeitados. Aliás, Kassab, eu gostaria que sua mãezinha andasse de salto, muleta ou cadeira de rodas por ai!, ainda mais nessas suas calçadas ecológicas!
  • Andar de ônibus só lá na frente e mesmo assim não é confortável, pelo balanço do ônibus. Muitas vezes fico sentada, mas não encosto as costas no encosto.
  • No metrô, fico com a sensação ao entrar e sair dele que todas as pessoas pretendem esbarrar em mim e ainda sinto um pouquinho de medo de ver aquela multidão toda no horário de pico.
  • Descobri que mesmo já conseguindo abaixar, pegar alguns objetos com o pé virou hábito.
  • Ainda me sinto um pouco inchada na região da barriga e isso está me fazendo me sentir mal. Engordei um pouquinho também, mas não acho que seja por isso. Espero que esse inchaço desapareça rapidin.
  • Me sinto satisfeita, plena e muito, muito feliz! =)





segunda-feira, 6 de agosto de 2012

1 Mês de Cirurgia!

É com muita felicidade que venho dividir esse momento com vocês, hoje, faz 1 mês que fiz a cirurgia e estou muito feliz!

Para melhor dividir com vocês como está sendo minha recuperação, vou dividir o post em "Primeiros 15 dias" e "15 dias em diante", pois as sensações são bem distintas.

Primeiros 15 dias

Bom, os primeiros 15 dias estão divididos no período que passei no hospital e a primeira semana em casa. Nesse tempo, o que notei de mudança (e melhora) foi o fato de conseguir sentar, deitar e tomar banho sozinha na 3ª semana pós cirurgia, ou seja, na primeira semana que fiquei em casa eu ainda precisava de ajuda, já nos outros dias não.
Nos primeiros 15 dias eu ainda não conseguia fazer muita coisa além de querer minha cama e ficar no city tour: cozinha - sala e quarto. Meus amigos vinham me visitar, eu ficava com eles na sala umas duas horinhas e quando eles iam embora eu ia direto pra onde? pra cama. Até ficar muito tempo sentada era muito cansativo.
Com duas semanas pós cirurgia saí de casa pela primeira vez, fui ao banco (fiz questão de passar pela porta giratória pra ver se ela ia apitar ahsuahshaha) fui na lotérica, no supermercado... na primeira vez que sai pra ir ao supermercado foi ótimo, já na segunda vez, na mesma semana, foi terrível e eu voltei pro carro praticamente chorando porque queria sentar.
Andar de carro é muito tranquilo, eu pensava que seria bem pior, mas com jeitinho e se o carro for estável é até confortável.
Nesses primeiros 15 dias eu estava com o estõmago bem sensível, não queria comer, cheguei a vomitar algumas vezes. Pensava que estava assim devido aos remédios que tomei no hospital, mais tarde descobri que era anemia.
Uma coisa que me incomodou muito nesses primeiros dias foram os músculos das costas, que foram deixando de ficar dormentes e voltando ao normal, ou seja, os nervinhos estavam novamente se ramificando ao redor do corte e isso a noite, como eu passava muito tempo deitada, me causava desconforto e eu queria ficar levantando e andando pela casa, mas isso era impensável, pois nas duas primeiras semanas que fiquei em casa fez um frrriooo terrível em São Paulo e isso, claro, não ajudou em nada. Houve dias que eu ficava sentada na cama, de madrugada, chorando e dizendo pro meu pai que "eu não aguentava mais" ao  mesmo tempo que eu dizia isso eu me sentia péssima, pois eu tinha consiência do quão sortuda eu sou de estar me recuperando bem e ter podido realizar essa cirurgia que é o sonho de tantas pessoas. Pensar assim me dava forças para, idependende de qualquer coisa, ser forte.
Sono - este assunto merecia até um post especial, mas vamos lá: eu, no começo, achava que eu nunca mais iria dormir mais de 3 horas por noite em minha vida. No hospital eu dormia de picadinhos, acho que nenhum dia cheguei a dormir 2 horas seguidas no hospital. Em casa isso se repetiu nas primeiras 2 semanas, teve noites que eu acordava de hora em hora, acordava e cochilava. Era mais pontual que resultado da telecena.

15 dias em Diante

Dia após dia, você sente uma melhora muito grande com relação ao dia anterior. As vezes, você acha que de um dia para o outro não melhorou nada, e quando chega o outro dia você percebe que já esta bem melhor.
3 semanas depois da cirurgia fui ao médico para tirar os 2 pontinhos na cicatriz. Chegar lá foi tranquilo, mas percebi que estava fraca para ficar sentada esperando, queria por que queria deitar e quando meu médico me atendeu ele mesmo já foi me dizendo que eu devia estar fraca, com nausea, ansia de vômito e que isso nada tinha a ver com a cirurgia em si, mas com o resultado do meu exame de sangue, que deu anemia. Passei a comer mais carne, fazer uma forcinha pra sempre comer tudo do prato, ovos, leite, feijão, tudo o que tinha proteína e ferro eu ia comendo. Cuidar melhor da alimentação a partir dessa 3ª semana fez com que eu melhorasse muito mesmo, conseguia ficar mais tempo na sala sentada, na mesa da cozinha, ficar sentada usando o notebook sem cansar, enfim, percebi que o negócio era comer e comer as coisas certas.
Sempre procuro fazer os exercícios de fisioterapia que aprendi no hospital e com o passar do tempo, consegui ir caminhando por mais tempo no parque que tem aqui prox a minha casa sem cansar, ir a alguns lugares à pé e aos poucos aumentando o tempo de caminhada.
Na 4º semana já dirigi, fui à faculdade resolver coisas na secretaria de lá, dei uma passada no escritório, enfim, fiquei 7 horas fora de casa resolvendo coisas e sem aquela sensação de querer deitar. Numa sexta-feira também fui ao salão de beleza. me senti muito bem e percebi que já dava pra ir voltando à rotina, tudo com calma, mas sem deixar de fazer as coisas. 

Hoje, no dia que completei 1 mês de cirurgia, coincidiu com a volta às aulas na faculdade. Eu ainda tenho atestado mas hoje eu estava lá. Também estou voltando a trabalhar aos poucos, pelo fato de trabalhar por conta, vou aos poucos voltando para o escritório, mas para não forçar, faço a maioria das coisas através de acesso remoto no computador do escritório aqui de casa mesmo. Pretendo voltar a trabalhar todo o período no escritório semana que vem, enquanto isso vou me adaptando e indo para lá após a aula, já que faço faculdade de manhã.

Agora, querem saber de algo engraçado? A lei da gravidade está completamente contra a minha pessoa! Eu derrubo tanta coisa no chão que sinto vontade de filmar algumas situações, pois parece piada. De escova de dentes à copo, de roupas à maquiagem. Estou sempre derrubando uma coisinha aqui e ali.
Quem fez a cirurgia sabe que ainda não conseguimos abaixar com facilidade para pegar o que derrubamos no chão, então, desenvolvi uma técnica: muita coisa que derrubo, como: roupas, talher, caneta e demais objetos pequenos pego-os com o pé (ahamm com os dedos do pé) pego o objeto, levanto o pé e passo o objeto para a mão. Meu pai rí da situação mas ele já teve o mesmo pensamento que eu: adaptação. Estou passando por essa situação apenas agora em minha vida, mas, e quem não tem os braços ou mãos e também conseguem fazer coisas incríveis com os pés? é de, no mínimo, parar para refletir.

1 mês de cirurgia e a maioria das pessoas que me vê não acredita que eu já esteja fazendo tudo normalmente em tão pouco tempo. Me sinto abençoada por ter feito essa cirurgia e estar me recuperando bem. É, sem dúvida, um capitulo e tanto da minha vida.


terça-feira, 31 de julho de 2012

Família - Simplesmente TUDO

Hoje a postagem é pra lá de ESPECIAL.

Quem já passou pelo processo de descobrir a escoliose, compartilhar temores e vitórias com as pessoas mais próximas, sabe o quanto é bom ter pessoas que você pode contar, não apenas nos momentos bons, ou nos momentos ruins, mas pessoas que você pode contar SEMPRE.

Essa postagem é dedicada às pessoas que estiveram presente em minha vida nos melhores momentos dela. Em todas as minhas vitórias elas estavam lá! nos momentos difíceis, nunca deixaram que eu abaixasse a cabeça. Foram meu verdadeiro apoio, meu verdadeiro porto seguro.

Meu pai, meu ídolo, meu amigo. Meu TUDO. É ele quem prepara as minhas refeições com todo o amor que alguém pode ter. (sem contar que ele é melhor que o Edu Guedes, ô se é!). É ele quem não dorme, que me pergunta de 5 em 5 minutos se está tudo bem, se preciso de algo. Está comigo 24 horas por dia, 7 dias por semana. Se algo vai me agradar de alguma forma, pode ter certeza que ele vai fazer. Deixou a casa simplesmente impecável para minha chegada do hospital, fez tudo sozinho. Me faltam nesse momento palavras para expressar o que a presença dele sempre ao meu lado, rindo, sempre conversando comigo, sempre dizendo coisas engraçadas, me faltam realmente palavras para expressar o que meu pai tem feito por mim. Papai, obrigada por ser o melhor pai do mundo!

An - An de Anjo, An de Angela, Minha Angela =) O que dizer de uma pessoa que está aqui ao meu lado, para TUDO o que eu precisar? lavar apenas a minha roupa não basta, ela arruma meu guarda-roupa, prepara a melhor comida do mundo que só ela sabe fazer, me ajudou a tomar banho nas primeiras semanas, estava aqui todos os dias para o que eu precisar. Ela devia ganhar um prêmio! é a pessoa que mais me faz rir em todo esse planeta. Ela é mais que especial e vem aí a nossa Juju, que nascerá em Novembro e claro, está participando de tudo isso sempre chutando e nos fazendo felizes! Já a amamos demais Juliana =)

Amor da Minha Vida, o que eu seria de mim, sem você? São 7 anos e meio que você me faz feliz, me apoiou nesse momento tão delicado de minha vida de forma surpreendente. Esteve comigo todos os dias me dando forças e vale lembrar que se teve alguém que sempre me incentivou a procurar um médico para que eu melhorasse a minha qualidade de vida, com ou sem cirurgia de escoliose, esse alguém foi você. Se precisar ficar acordado do meu lado, me olhando, fazendo carinho e perguntando se está tudo bem até eu dormir, zelando meu sono, sei que você estará lá ao meu lado, para TUDO o que eu precisar. Com você passei os melhores momentos que alguém pode desejar passar, só posso te dizer o que sempre digo: Obrigada por existir!

Ei, pensou que a tia Liny ia esquecer de você Triz? minha linda, você é o bem mais precioso em nossa família. Costumo dizer que você não é apenas uma criança, você é uma criança sensasional. Esteve no hospital com o vovô e com a mamãe durante mais de 10 horas seguidas, quietinha, como uma adulta, sempre dizendo que estava preocupada comigo. Surpreendeu a todos nós vendo os enfermeiros cuidar da tia Liny, mexendo no curativo, no dreno, coisas que crianças não iam gostar de ver, mas você é a melhor criança né Triz? A tia Liny não pára de pensar que você passou suas férias se dividindo entre ir me visitar no hospital e aqui em casa e sabe a cartinha que você me deu no hospital? ela é TUDO de bom! eu vou guardá-la pelo resto da minha vida! =)

Usei uma palavra igual em todos esses parágrafos dedicados à vocês, pois não existe palavra que defina melhor o que eu sinto: Vocês são TUDO para mim!

Angela, Daniel, Beatriz e José Manuel - AMO VOCÊS!
Obrigada por TUDO!





quarta-feira, 25 de julho de 2012

Dia do Escritor - Homenagem à Menina da Coluna Torta

No dia 25 de Julho é comemorado o Dia do Escritor. 

Há algum tempo (meses, na verdade) eu já vinha pensando em postar sobre o livro da Júlia Barroso, mas a ansiedade com a cirurgia, o final de semestre na faculdade, me fizeram adiar essa postagem, Mas agora, como estou em casa em recuperação da cirurgia, não poderia ter hora nem data melhor para falar sobre o livro.

Quando eu conheci o blog da Júlia, lembro-me de ler inúmeros artigos diariamente, por vários dias seguidos, até que eu pudesse ver que tinha lido o blog inteiro. Quando você tem escoliose e descobre outras pessoas na mesma situação que você, além de se sentir mais segura, você passa a se identificar com todos os casos, se ver na situação do outro e foi assim que me senti quando li o blog e resolvi comprar o livro.

Quando comecei a ler o livro, vi que não ia poder parar de ler até ver o final daquela história real. A Júlia foi muito corajosa, em narrar o quão difícil foi iniciar o tratamento com o uso do colete, a piora, a cirurgia. Eu digo corajosa, pois ela expôs de forma muito ampla sua vida, o seu sonho de ser mãe e claro, muitas outras histórias incríveis que não vou dizer aqui para não tirar o prazer dos novos leitores ao ler o livro.

Ao final do livro, me surpreendi com os depoimentos de pessoas que também possuem escoliose. A maior surpresa foi ver que a maioria dessas pessoas eu já "conhecia", seja através de blogs, Facebook, enfim, a gente percebe que estamos todas juntas na mesma situação e claro, a maioria de nós temos o mesmo objetivo - levar a diante a conscientização da escoliose, de forma a compartilhar com outras pessoas a nossa experiência e de certa forma, ajudar a amenizar o sofrimento do outro ao se sentir, muitas vezes, desamparado ao descobrir que possui escoliose.

E é dessa forma, simples, mas de coração, que faço essa singela homenagem à Júlia Barroso, por ter tido a coragem e perseverança em escrever o seu livro e dessa forma, ajudar a tantas pessoas!

Muito Obrigada Júlia e Parabéns Pelo seu Dia!

terça-feira, 24 de julho de 2012

Escoliose: Conscientizar - Apoiar - Respeitar - Defender

Hoje estou aqui para falar de uma causa a qual estou apoaindo.

Em meio a esse nosso mundo de pesquisas sobre escoliose, a gente acaba conhecendo pessoas com histórias incríveis e em meio à essas pessoas pude conhecer a história da Gabriela Galindo, uma moça muito bonita e bailarina, que sofreu na pele o fato de ter escoliose e ter de conviver com o colete, com as roupas apertadas em seu amado balé, mas também deu a volta por cima, operando a coluna e levando a diante essa causa maior defendida por quem, como eu, já passou pela mesma situação, que é a conscientização da escoliose, com o intuito de que as pessoas conheçam e saibam identificar de forma precoce tal problema. 

A camiseta foi idealizada e está sendo vendida pela Gabriela a todos que queiram apoiar esta causa.



Escoliose: Conscientizar - Apoiar - Respeitar - Defender

A Tão Sonhada Alta - E a Volta Para Casa

No hospital Abreu Sodré / AACD onde operei, fui muito bem tratada, a equipe é fantástica e sou só elogios. Mas tem coisa melhor que a nossa casa, gente?

Do dia da internação, passando pela reação alérgica e nova data da cirurgia, eu fiquei um total de 9 dias internadas. Para mim, foi uma eternidade. Chegou um momento em que eu não conseguia mais sentir os cheiros das roupas de cama (por sinal no começo eu achava super cheirosas), não conseguia mais tomar os lanchinhos que a gente tem que comer de 3 em 3 horas (chocolate quente com biscoitinhos bauducco) nossa, eu não suportava nem sentir o cheiro da comida, que antes eram Bife ao Molho Madeira, Bife a Rolé, Filé de Frango (gente, tudo muito bem temperado, com sal, uma delícia!)... mas que depois que meu intestino parou de funcionar e meu médico determinou dieta leve... tudo era sopinha, purê, carnes e frangos desfiados (peguei trauma de frango e não consigo comer nem sentir cheiro até agora, quase 20 dias depois da cirurgia). Enfim, eu SONHAVA com o dia que iria para casa. Como já citei no post anterior, fiz de tudo para ser uma boa menina e ir para casa naquela quarta-feira. Meu pai, minha irmã e noivo achavam que não, que eu iria ficar mais uns dois dias, mas eles não estavam lá o tempo todo vendo todo o meu plano ser posto em prática e como eu demostrava que estava boa para ir para casa.

No dia anterior, um enfermeiro muito gente boa que cuidou de mim e uma outra muito legal tbm tinham uma tarefa: retirar o meu curativo. Isso significa retirar aquele adesivo filho-da-mãe que cola mais que superbonder na pele, é a prova d'água e o caramba, e eu pensando que tudo o que eu queria era me livrar dele. E assim foi. Isso foi bem no horário de visita e eu me surpreendi com a minha sobrinha de 8 anos, que ficou olhando tudo, sem medo, viu a cicatriz e achou tudo normal. Meu noivo morria de agonia também mas ficaram todos ali firme e forte olhando eles tirarem o que estava me incomodando.
Eles puxaram com calma mas ainda assim eu segurava no apoio lateral da cama, respirava fundo e soltava. Em determinado momento soltei um grito mas era de alívio, foi bem quando senti que tinham retirado tudo. Nossa, que liberdade!!! eles fizeram um curativo bem simpleszinho com gaze e esparadrapo bem fininho e aquilo me motivou a me movimentar ainda mais e cair fora de lá o quanto antes =D

Já na manhã da quarta-feira, aguardei a minha anjinha Cibely mais ansiosa que nunca, mas para minha decepção era folga dela. Uma outra enfermeira muito boazinha me deu banho, fui passear no Shopping, tudo mais cedo. As 11 da manhã meu médico foi me ver e eu disse a ele que queria ir para casa. Ele disse que eu estava bem e ia lá assinar a minha alta! Mais uma vez ele saiu do quarto e meus olhos lacrimejaram. Quando ele voltou me entregos receita médica, alta, tudo o que eu queria. Eu o agradeci da maneira que eu pude, pois sei que serei eternamente grata à ele e quando ele saiu, liguei para o meu pai, para minha irmã e para meu noivo, este, também mandei um sms dizendo "vem me levar pra casa! =D" Todos ficaram surpresos pois eu dizia o tempo todo que iria embora naquele dia e fiz por onde.

Quando a Isabel chegou pedi para ela me ajudar a me trocar, pra eu não sair com o pijama que eu estava do hospital. Ah e pela primeira vez, coloquei sutiã. Mas não qualquer sutiá, um que é uma espécie de top e não tem ferrinhos, sendo que o fecho é na frente, pois eu ainda não usei meus outros sutiãs tradicionais. Eu não aguentava mais e meus seios já até doíam, mesmo eu colocando regatinhas por baixo das blusas. Ela me ajudou a me trocar, e quando meu pai chegou só faltava eu colocar o tênis. Tudo pronto, verificamos se tudo estava na mala, penteei o cabelo sozinha e sem aguentar chamar uma enfermeira fui até o balcão que ficava de frente ao meu quarto pra saber se já podia sair correndo. Assinei minha carta de alforria e aguardei chamarem um enfermeiro para me acompanhar até a recepção. Um enfermeiro que ficava na administração chegou e lá fomos nós. Perguntaram se eu ia sair "em pé" (queriam me levar na cadeira de rodas até lá embaixo) e eu disse que entrei em pé e dessa forma eu sairia. Chegando no elevador encontramos o enfermeiro bonzinho que tirou o meu curativo e ele pediu minha ficha ao outro e disse que acompanharia meu pai e eu até a recepção. Eu disse à ele que queria ir ao bazar e ele disse que tudo bem, que depois da recepção ele me levaria ao bazar. Uma vez na recepção térrea fui até lá, a moça me desejou uma ótima recuperação e me deu um bom bom numa embalagem muito das chics com uma etiqueta desejando boa recuperação. De lá fomos ao bazar onde eu através de uma doação adquiri a Nina, mascote do Teleton. Eu tinha prometido a mim mesma que sairia de lá com um dos mascotes para deixar no carro e sempre me lembrar daquela causa. Chegando na porta meu noivo estava lá com o carro parado, me esperando. Um príncipe! ele e meu pai tinham colocado dois travesseiros no banco traseiro mas eu quis ir na frente. Coloquei um travesseiro nas costas e lá fomos nós. Andar de carro foi melhor que o esperado. Eu só sentia agonia em descidas, mas meu noivo me trouxe bem devagar e não senti buracos nem lombadas. Já chegando próximo a minha casa, um acidente e a gente ficou um tempão ali parado. Comecei a cansar da posição, a resmungar, mas graças a Deus passamos dali e chegamos. Ao ver meus cachorros já fiquei com vontade de chorar, mas meu noivo distraiu eles e tive que passar por eles direto pois eles pulam.

Ao abrir a porta de casa, comecei a rir feito louca. Minha casa toda pintada para me receber, eu queria abraçar o sofá novo, queria sentar, deitar, queria tudo, mas fui direto pro meu quarto. Lá chegando meu pai arrumou cuidadosamente a minha cama com lençóis novos e ele mesmo fez uma cabeceira para minha cama, que é box e antes não tinha. Meu quarto também recém pintado, para mim, era o paraíso. Deitei na cama e chorei compulsivamente de felicidade, meu pai e noivo não entenderam tanta choradeira, mas uma coisa eu digo, ficamos muito sensíveis depois de passar por todos esses procedimentos, cirurgia e tal.

Em casa, era receber os meus amigos queridos que não paravam de mandar msg e brindar a minha vida. Foi um dos dias mais felizes de minha vida!

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Dias no Quarto e Anjos

O Segundo dia no quarto foi bom pela manhã. Meu médico me visitou, disse que ia pedir para tirar a sonda urinária e isso já me animou, afinal, eu teria de levantar para ir ao banheiro e ansiava por saber como seria levantar. Uma enfermeira linda e meiga chamada Isabel me tratava super bem, foi ela que retirou minha sonda, me dava as medicações e sempre olhava meu curativo. Ainda no período da manhã, chegou uma fisioterapeuta e disse: Vamos sentar? puxa vida, que categoria! ela me colocou sentada e depois em pé. Foi estranho e de cara percebi que eu estava mais alta! estava vendo o mundo "de cima" haushauhsa dei os primeiros passinhos no quarto e deitei novamente.
Logo depois um ANJO apareceu para me ajudar a tomar banho. Cibely. A melhor enfermeira daquele lugar. Me tratava como se eu fosse irmã dela. O banho que eu tomei sentada naquela cadeira de banho foi o o melhor de toda a minha vida. Eu olhava a minha barriga toda inchada, pernas bambas e sorria. Gargalhava igual uma louca quando a água caia quentinha nas minhas costas. Eu dizia: "É muuitoo booomm" e a Cibely me deixava ficar um tempinho com a ducha nas costas.

O horário da visita era o mais aguardado, como sempre. Minha irmã mais velha foi me ver, juntamente com minha outra irmã que não saiu do meu lado, meu pai e claro, meu noivo, que foi todos os dias também. Pena que o tempo passava rápido. A TV ficava sempre ligada e eu não tinha vontade nem de assistir nem de trocar de canal. A noite chegou e com ela a pior sensação que tive no hospital. Por algum motivo, eu não conseguia me mecher, dependia das enfermeiras para fazer qualquer movimento na cama. Não sentia dor propriamente dita, mas não conseguia fazer nada. Mais tarde percebi que era o adesivo do curativo que repuxava minha pele das costas e como eu não a sentia mas ela estava voltando a sensibilidade isso causava um mal-estar descomunal. Eu ainda estava ligada à morfina, me levaram um soro e eu ficava contando as gotinhas. O meu tédio era tanto que por horas a fio eu contei e quando cheguei no número 600 cansei. Lá pela 1 da manhã eu não aguentava mais a posição, o soro, a morfina, nada. Sentia o gosto da medicação na garganta, queria virar de lado, não conseguia, o adesivo puxando, entrei em desespero. Uma enfermeira me ajudou a deitar de lado, mas não colocou nenhum apoio em minhas costas e eu fiquei lá tremendo de cansaço de ficar naquela posição, apertando a campainha e ninguém aparecia. Foi aí, no ápice da sensação de desespero comecei a gemer (e alto) de dor. Mas não era bem dor, era a junção de toda aquela terrível sensação. A enfermeira demorou uns 20 minutos para aparecer, o suficiente para eu estar soluçando de raiva e desconforto. Ela ligou o oxigênio e colocou aquelas mangueirinhas transparentes em meu nariz. Eu falei que não queria aquilo em mim e ela disse que era preciso para que eu me acalmasse. O ar que entrava em meu nariz tinha ainda mais cheiro de remédio e assim que ela saiu arranquei aquilo de mim. Logo na sequencia fiquei com medo de dormir sem aquilo e coloquei de volta. Não sei para que, afinal, aquele noite, não dormi nem 1 segundo.

Eu contava os segundos para mudar o plantão pois as 6 da manhã a Cibely chegaria. Quando ela chegou ja foi tirando o oxigênio de mim, me acalmando e me deu banho mais cedo para eu relaxar. E foi o que aconteceu. Depois do banho consegui dormir uma horinha.
Mais tarde, fui passear no shopping (andar no corredor do hospital) e foi muito bom olhar pela janela, ver o transito nosso de cada dia da minha cidade. Para impressionar minha família e eles verem o quanto eu queria ir para casa logo, os aguardei no horário de visita sentada na cadeira e não na cama como de costume. Todos estavam felizes de ver que eu já me movimentava melhor e que eu conseguia ficar um tempo sentada.

No terceiro dia acordei muito indisposta. Uma coisa que estava me incomodando muito era o inchaço da minha barriga e eu ainda não tinha conseguido ir ao banheiro fazer o serviço completo, ou seja, os enfermeiros ficavam me cobrando e nada acontecia. O adesivo também estava me matando e eu achava que ele estava impedindo que eu fosse feliz! (ah sim, eu sou extremista, mas não é exagero). Aquele dia disse à fisioterapeuta que não me sentia bem para ir ao Shopping e aguardei bem quietinha minha família ir me ver. Como no dia anterior eu os aguardei sentada na cadeira, acho que todos ficaram surpresos em ver que eu estava indisposta. A essa altura, minha barriga parecia de gestante e eu não podia tomar Lufital devido a alergia. Eu estava tomando Tamarini e nada acontecia. A enfermeira chefe pediu um suco laxativo e meu médico disse que se nada adiantasse iriam fazer uma lavagem pois eu estava muito inchada. Eu já estava sem medicações na veia, sem morfina, apenas tomando Tilex de 6 em 6 hrs. Decidi que ninguém ia fazer lavagem nenhuma em mim e eu pensava o tempo todo em como eu queria ir ao banheiro. Mas, eu estava com a barriga tão inchada que não conseguia respirar fundo. Tudo doía, e eu não conseguia eliminar gases. Quando meu pai e meu noivo foram embora, chamei a enfermeira e falei pra ela fazer o que tivesse que ser feito, contanto que minha barriga desinchasse.

Aquele foi um dos piores momentos. Lavagem, fralda, tudo o que uma pessoa idependente como eu achava que nunca ia passar na vida aconteceu. Mas, virei uma bomba relógio de tantos gases sendo eliminados, minha barriga começou a desinchar e eu tinha certeza que naquela noite eu conseguiria ao menos voltar a respirar fundo novamente.

Mais uma noite insone e já que não tinha soro para contar as gotinhas resolvi contas as lajotas de gesso do teto do quarto. Contava, somava-as na diagonal, tentava adivinar o número de quartos no corredor e multiplicar esses números de lajotas. Tudo em prol de ver a noite passar mais rápido.

Na manhã do quarto dia eu era outra pessoa. Barriga "sarada", banho maravilhoso que a Cibely me dava, lavando meus cabelos melhor que eu mesma. Eu ansiava pela visita do meu médico para que eu pudesse implorar à ele para tirarem aquele curativo de mim. Ele continuava tirando meu sono, meus movimentos na cama e incomodando horrores. Eu tinha um plano. Para provar que estava bem esperei a fisioterapeuta vir e com a maior empolgação fui passear no shopping. Mais tarde, um outro fisioterapeuta, que pegava pesado (segundo ele alguém tinha que fazer o serviço sujo) fez vários exercícios comigo e eu ali, firme e forte. Voltei ao quarto e a cama estava feita. Decidi esperar meu médico na cadeira (tudo para que ele pudesse constatar que eu já estava bem) mas ele demorou e na hora da visita, ele chegou. Minha irmã, sobrinha e meu pai estavam lá comigo e o meu médico disse que ia pedir para tirar o dreno, o catéter do pescoço e se tudo corresse bem em 24 horas eu teria alta. Eu falei com ele sobre o adesivo e ele disse que ia pedir para fazer um menor e sem o tal adesivo a prova d'água. UFA! finalmente! Ele mal tinha saído do quarto e comecei a chorar de alívio e felicidade. No dia seguinte, EU IRIA PARA CASA!

sábado, 21 de julho de 2012

Cirurgia, UTI e 1º dia no Quarto

Depois do susto que foi a reação alérgica em plena mesa de cirurgia, o jeito era fazer novos exames, iniciar um tratamento para ir preparando o organismo e recomeçar tudo de novo. Meu médico conversou comigo e me disse na terça-feira mesmo que eu ficaria internada até sexta, quando realizariam a cirurgia. Essa parte de ficar internada 3 dias sem estar doente nem em recuperação foi difícil, pois para qualquer pessoa 3 dias passam rápido, mas para uma pessoa ansiosa e em um hospital 3 dias pode ser uma eternidade.

Minha família e meu noivo iam me visitar diariamente, todos estavam ansiosos mas confiantes que desta vez tudo ia dar certo. Na sexta, meu pai e minha irmã foram para o hospital as 6 da manhã, isso permitiu que meu pai me acompanhasse até a entrada do centro cirúrgico. Eu estava tranquila. Me deram aquele comprimidinho azul mas dessa vez eu consegui ficar acordada até entrar no centro cirúrgico. Me despedi do meu pai e a enfermeira me levou lá pra dentro. Vi muitas pessoas, e o assunto era: Corinthians campeão da Libertadores. Comecei a rezar para dormir logo pois além de odiar o Corinthians aquela movimentação toda me deixava nervosa. Alguem se aproximou de mim e pronto, apaguei.

Acordei na UTI, abri os olhos bem grog e por incrível que pareça o meu primeiro pensamento foi olhar para os meus pés e mecher as pernas. Tudo mechendo? maravilha! apaguei novamente.
Da UTI lembro das visitas da minha família, noivo e família da minha amiga Kellen Santos que já estava no quarto se recuperando. Lembro da refeição que fiz quando acordei, estava uma delícia e tinha mousse de chocolate. O enfermeiro que me deu comida na boca era um amor de pessoa, eu me lembro de ter afirmado para ele que eu não tinha dúvidas de que ele fazia aquilo que amava e ele concordou.
Eu não sentia dores. Me deram um controle para disparar a bombinha de morfina mas depois de apertar duas vezes para ver o que acontecia, percebi que não acontecia absolutamente nada. Mais tarde, um enfermeiro me disse que a morfina estava sendo liberada em fluxo contínuo e de tempo em tempo, não era necessário eu apertar o botaozinho.

No sábado de manhã, menos de 24 horas depois de ter chegado na UTI, meu médico foi falar comigo e me disse que já iam me levar para o quarto. Que maravilha! era só tomar o café da manhã e ir. Esperei o café ansiosamente e quando o mesmo chegou, uma enfermeira colocou ele prox a mim naquelas mesinhas, me disse "pronto, come aí" e saiu. Até agora me pergunto se foi maldade ou inocencia. Como eu ia cortar um pão francês, passar manteira e me servir numa xícara se eu mal me mechia. Confesso que me senti a pior pessoa do mundo, virei o rosto de lado e jurei que não ia comer nada daquilo.
Uma copeira passou e pedi para ela retirar o café e disse que estava sem fome. Logo depois, duas enfermeiras super simpáticas me disseram que iriam me levar para o quarto. A primeira pergunta que eu fiz foi "vão precisar me trocar de cama?" "não!". Ufa! para mim isso era impensável.

Cheguei ao quarto. Minha família não estava lá pois ainda era cedo e a visita só era permitida no horário da visita, que era das 15:00 as 17:00. Eu mesma liguei para o meu pai do quarto para dizer que estava no mesmo e ele imediatamente foi para lá, apesar que ainda assim não pôde subir.
No horário da visita todos estavam lá e eu estava radiante em saber que tinha dado tudo certo. Eu estava com o dreno, que os médicos e enfermeiros chamam de "cachorrinho" pois onde você vai ele vai atrás haushahsuahsa e com a sonda urinária. Não conseguia mecher mto os braços, pescoço e virar na cama ainda era impensável para mim. A bombinha de morfina continuava lá e dores eu não sentia nenhuma. Não durmia nada nada a noite, dormia uns 10 minutos, acordava e demorava horas para dormir mais 10 minutinhos novamente. E assim foi o primeiro dia no quarto.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Internação, Anestesia e a Reação Alérgica

Finalmente, o dia da internação chegou. No dia 02/07 internei para o aguardado dia 3 - dia da cirurgia!
Por incrível que pareça, apesar de ter engordado 2 kg devido a ansiedade e o tanto de besteiras que eu comia para tentar dribla-la eu internei tranquila e fiquei pasma pois na noite que anteceu a cirurgia dormi muito bem, a noite toda, acordando apenas com a enfermeira me chamando para tomar banho e me preparar para ir para o centro cirúrgico. Meu plano é enfermaria, o que não me dava direito a acompanhante por ser maior de idade. O jeito seria enfrentar tudo de frente e sem companhia. Mas minha família estava me apoiando e se dependesse deles eles ficariam na recepção dia e noite e claro, Deus estava lá comigo o tempo todo.

A hora chegou. Tomei o banho com aquele líquido antibacteriano que eles nos dão. Enquanto o chuveiro esquentava eu fiquei me olhando no espelho, de frente, de perfil, e imaginando o quanto minhas costas e cintura (já que um lado da cintura era "quadrado" devido a curva" iriam mudar depois da cirurgia. Entrei no chuveiro e mil pensamentos passavam pela minha cabeça, eu pensava "quando será que tomarei banho normalmente assim novamente, sem dor e tranquila?", "será que a água ao cair na cicatriz dá uma sensação boa ou ruim?" e assim eu terminei o meu banho, coloquei aquele avental amarrado atrás e fiquei esperando a anestesista.

Uma senhora simpática aparentando uns 50 anos entrou e se apresentou como anestesista. Me disse que já estava ciente de minhas alergias (já que eu levei 10 cópias de uma recomendação médica do meu alergista à equipe que ficaria responsável por mim explicando meu caso e citando todos os medicamento que haviam constado alergia em exames). Ela me trouxe um comprimido azul e disse que eu ficaria com sono e dormiria logo. Mandei sms para meu pai, irmã e meu noivo tranquilizando a todos e dizendo que iria para o centro cirúrgico. A maca chegou, me deitei, vi quando saímos do elevador e chegamos à porta do centro cirúrgico. De repente não vi mais nada. Dormi.

Acordei me debatendo muuito, com muito frio ao ponto de sacudir toda a cama. Eu ouvia vozes das enfermeiras ao redor de mim dizendo "ela não operou" "alergia" "vancomicina". Pedi pelo amor de Deus mais cobertodas pois ia morrer de frio, sentia o peso de pelo menos 3 cobertores sendo colocados em cima de mim. Abri os olhos. Me sentia com frio, mas normal, tentei levantar e a enfermeira me disse "você não operou. "O QUE? COMO ASSIM?" ela me respondeu "você teve uma alergia muito forte a um analgésico ministrado junto à anestesia. Cancelaram sua cirurgia. Você vai para o quarto agora.

Apaguei. Acordei com meu pai ao lado de minha cama, passando a mão nos meus cabelos e com um sorriso nos lábios. Ele estava lá na recepção o tempo todo, avisaram ele apenas 4 horas depois disso tudo dizendo que eu já estava no quarto, então ele imaginava que eu tinha operado e não precisaria ficar na UTI. Olhei para ele e disse "Não operei" ele ficou pasmo e não queria acreditar no que eu estava dizendo. Meu médico entrou no quarto, nos mostrou a foto que ele tirou de mim com a reação alérgica e me explicou que já estava tudo pronto para começar, ja tinham lavado minhas costas, quando começou a reação. Aquilo que vi na foto foi assustador. Muita vermelhidão, manchas vermelhas enormes. Ele me explicou que por eu estar entubada e sedada, não foi difícil controlar a situação. Numa situação diferente poderiam ter acontecido coisas terríveis como edema de glote, e outras coisas que prefiro nem pensar.

Virei uma mini celebridade entre os enfermeiros "A menina da alergia" e meu médico me disse que iria se reunir com uma infectologista para debater meu caso e que ela iria passar por lá para falar comigo. Realmente ela foi lá e me tranquilizou dizendo que Vancomicina costuma realmente dar reações mas já que não havia nada em meu histórico a usaram, mas que dessa vez iriam usar uma outra droga completamente diferente e que não tinha histórico de alergia. Bom, fiquei imaginando se eu iria ou não inaugurar esse histórico. Resolveram que eu iria ficar no hospital mais 3 dias, até sexta-feira dia 06 quando finalmente eu iria operar. E lá fomos nós.

domingo, 17 de junho de 2012

Data da Cirurgia - Faltam 16 dias!

Ansiedade. Sim, a ansiedade tem sido uma constante em minha vida nos últimos tempos. Exames prontos, tudo ok. Agora é seguir em frente com muita fé.

Quem aí acredita em coincidência? lembram do post anterior que falei das incríveis coincidências que tenho com a minha amiga Kellen? pois é, por incrível que pareça, mais uma vez estamos unidas pelos caprichos do destino - vamos operar no mesmo dia!

Encerrei o semestre na faculdade. A ansiedade com a cirurgia tirou um pouquinho da minha atenção nos últimos tempos e me senti um pouquinho aérea nas aulas, no meu trabalho e na minha vida em geral. Não tenho medo de operar, sinto total confiança em meu médico, mas fico preocupada com o meu trabalho, o fato de ter que ficar em casa sem poder cumprir minhas responsabilidades, tudo isso me deixa bastante tensa e ansiosa, mas como eu disse para algumas pessoas, já que tenho que passar por isso, que seja logo.
Se eu pudesse antecipar a data da minha cirurgia, certamente seria hoje.

Algumas pessoas perguntaram para mim: "Tem certeza que você quer operar? precisa mesmo?" ou "Você não tem medo de uma cirurgia desse porte?" Como eu disse, eu não tenho medo da cirurgia em sí. Por ser alérgica a alguns medicamentos, tenho medo de possíveis reações, mas não tenho medo de outros aspectos. Nunca, em nenhum momento, pensei em desistir da minha cirurgia e algumas vezes, quando me senti um pouco triste por ter de ficar em casa longe do meu trabalho etc, pensei no meu dever como ser humano: quantas meninas eu conheci pela internet que querem operar, até mesmo SONHAM em operar e não podem? as vezes não possuem convênio, estão na fila do SUS ou até mesmo por determinação médica, por algum motivo, não podem passar pela cirurgia? Sinto como se fosse o meu dever jamais abaixar a cabeça e seguir em frente, agradecendo imensamente a Deus, todos os dias, pelas graças alcançadas.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Amizades Mais que Virtuais

Sim, a gente sempre tem aqueles amigos virtuais, que sabem coisas sobre nossas vidas que, se bobear, nem os amigos mais antigos sabem.
Não poderia deixar de fazer um post dedicado a todas as pessoas que conheci através do meu blog, através de outros blogs e através de grupos no Facebook que já fazem parte da minha vida, é muito bom trocar informações, experiências, compartilhar expectativas...

Agradeço a TODAS as meninas que compartilham um pedacinho da vida delas no grupo Nós e a Escoliose no Facebook, acredito que o caminho de cada uma de nós fica um pouquinho mais ameno quando trocamos experiências. Obrigada meninas!

Agradeço o carinho e atenção da Janaína Valle, e sua irmã Jane Valle, pois fiquei na expectativa quando a Janaína operou recentemente, pois havíamos conhecido a história uma da outra através de nossos blogs e nos identificamos bastante. Mantive contato com sua irmã Jane enquanto a Janaína esteve no hospital e ambas são exemplos de superação!

Acredito que a parte mais bacana de toda a história por trás da palavra Cirurgia, pra mim, foi conhecer a Kellen. Sim, pois pela internet descobrimos que moramos perto, trabalhamos perto, vamos operar no mesmo mês, com o mesmo médico, no mesmo hospital e temos muitas outras coisas em comum. Fala se dava pra deixar de conhecer pessoalmente essa moça, gente?



Kellen, obrigada por sua amizade. Contar com você faz com que eu seja mais forte! 
 Cada novo amigo que ganhamos no decorrer da vida aperfeiçoa-nos e enriquece-nos, não tanto pelo que nos dá, mas pelo que nos revela de nós mesmos.

domingo, 8 de abril de 2012

Cirurgia - Porque e Quando

Acredito que todas as pessoas que vão realizar a cirurgia de escoliose já passaram pela situação de fazer uma pesquisa na internet para saber toda e qualquer informação nova sobre os procedimentos da cirurgia. É inevitável essa busca, não é mesmo? curiosidade, ansiedade, enfim, queremos buscar o máximo de informações antes de entrar no centro cirúrgico. Pensando nisso, vou postar aqui o melhor artigo sobre cirurgia de escoliose que encontrei até hoje na internet. Esse artigo é do Portal São Francisco:

Os objetivos da cirurgia são os seguintes:
Redução da curvatura
Bloqueio da progressão da deformidade
Prevenção de problemas cardio-respiratórios e neurológicos
Melhor aparência estética do paciente
Melhor qualidade de vida no futuro
A cirurgia geralmente é capaz de reduzir a escoliose em 50 a 70%, mas não necessariamente retira a gibosidade dorsal
O principal objetivo da cirurgia é realinhar a coluna através de implantes metálicos inseridos permanentemente nas vértebras. Estes implantes auxiliam na redução da deformidade e da gibosidade dorsal. Esta última diminui com a cirurgia, mas raramente desaparece por completo. Em casos onde a gibosidade é muito grande, o cirurgião pode propor um cirurgia alternativa para correção desta.
Nenhuma cirurgia para escoliose é obrigatória se não há risco de vida ao paciente. Entretanto, curvas maiores que 40-50 graus tendem a progredir mesmo após o final do crescimento.
Grandes deformidades podem levar a problemas cardio-respiratórios e a dor crônica. Além disto, quanto maior a curva, mais difícil é a correção e menor a redução da deformidade; os resultados não são tão bons quanto as cirurgias para curvas menores, e os riscos cirúrgicos também aumentam.

 

VANTAGENS DA CIRURGIA NO ADOLESCENTE

PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS
Uma escoliose grave, se deixada sem tratamento, pode resultar em problemas respiratórios devido à deformação progressiva do tórax, por volta dos 40-50 anos de idade.

FLEXIBILIDADE DA COLUNA
Normalmente nosso corpo é mais flexível quando somos mais jovens. O mesmo se aplica à coluna vertebral, facilitando a correção cirúrgica e o realinhamento da coluna.

ALTERAÇÕES ESTÉTICAS
Com a progressão da escoliose, a gibosidade dorsal torna-se mais pronunciada, o tronco pode aparentar estar deslocado lateralmente em relação aos quadris, um seio pode ficar mais proeminente que o outro, e a linha do quadril torna-se assimétrica. Todas essas alterações, somadas, pode causar problemas psicológicos ao paciente.

MELHOR FORMA FÍSICA E RECUPERAÇÃO MAIS RÁPIDA
De uma maneira geral, temos uma melhor saúde quando jovens, com uma recuperação mais rápida e menor risco de complicações. Ainda, é muito mais fácil se recuperar de uma cirurgia quando não existem obrigações (trabalho, filhos, casa, etc...). Se um adolescente requer semanas para se recuperar de uma cirurgia, um adulto pode necessitar de vários meses de recuperação.

PERÍODO HOSPITALAR

 

PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO
Alguns hospitais requerem que o paciente esteja internado na noite anterior à cirurgia. Outros preferem que você chegue na manhã da cirurgia, permitindo que você durma em casa. Entretanto, você deve chegar ao hospital por volta das 6:00 AM para que não ocorram atrasos na cirurgia.
Você não deve ingerir alimentos ou líquidos a partir das 10:00 PM na noite anterior à sua cirurgia.

ACOMODAÇÕES
Seus pais podem permanecer no hospital durante seu internamento. Apenas uma pessoa pode passar a noite no quarto com você. Caso haja necessidade de permanecer na unidade de recuperação após a cirurgia, as regras dessa unidade serão explicadas a você no hospital.

CONSENTIMENTO INFORMADO - AUTORIZAÇÃO PARA CIRURGIA
Do ponto de vista Legal, você pode aceitar ou recusar a cirurgia. Se você concorda em submeter-se ao procedimento cirúrgico, você deve assinar uma autorização. Através deste, você permite ao cirurgião a realização da cirurgia e ao anestesista a indução da anestesia. Este documento protege os seus direitos, assim como os do seu médico e os do hospital.
Caso você seja menor de idade, um de seus pais ou responsável deve assinar o termo de consentimento.

ANESTESIA
Seu anestesista fará uma avaliação antes da cirurgia. Esta pode ser feita no consultório, ou logo após seu internamento no hospital. Ele será responsável por lhe explicar o procedimento de anestesia, e caso necessário, poderá lhe prescrever uma medicação para lhe ajudar a dormir na noite anterior à cirurgia.

A MANHÃ DA CIRURGIA
Você deve estar em jejum desde a noite anterior a cirugia. isto inclui balas e gomas de mascar. Isto é fundamental para evitar o risco de vômito e aspiração do conteúdo do seu estômago para dentro dos pulmões durante a cirurgia.
Você deve lavar todo seu corpo antes da cirurgia, incluindo seu cabelo. Suas unhas devem estar curtas e limpas, sem esmalte. Evite o uso de cremes e perfumes, e se seu cabelo for longo você deve utilizar um prendedor de cabelo não metálico (elástico) para prender seu cabelo para trás. O uso de maquiagem não é permitido no dia da cirurgia.
Medicações de rotina: se você usa algum medicamento rotineiramente, avise seu médico e anestesista. Traga as medicações com você, mas elas devem ser administradas pela equipe hospitalar, já que algumas doses podem ser modificadas durante seu internamento.
Se você utiliza pílulas anti-concepcionais, avise seu médico. Alguns hematologistas recomendam que seu uso seja interrompido um mês antes da cirurgia.
Lentes de contato não devem ser utilizadas no seu internamento. Lembre-se de trazer óculos com você caso esteja acostumado a usá-los.

INDO AO CENTRO CIRÚRGICO
Lembre-se que seus pais ou acompanhantes podem ir com você até a entrada do centro cirúrgico com você, mas permaneceram fora dele durante a cirurgia. É rotina que os pacientes sejam levados ao centro cirúrgico numa maca ou na própria cama.

SALA DE CIRURGIA
Você será recebido pela equipe de enfermagem, que será responsável por você durante toda a cirurgia. Alguns aparelhos serão conectados ao seu corpo para melhor controle de seus dados vitais.
É recomendável que seus pais aguardem no quarto durante a cirurgia, já que o procedimento dura cerca de 4-5 horas. A equipe de enfermagem geralmente comunica a família, por telefone, sobre o andamento da cirurgia.

ANESTESIA
O anestesista fará com que você adormeça fazendo com que você respire através de uma máscara e injetando medicamentos através de uma acesso venoso, que ele mesmo instalará no seu braço.
Uma vez dormindo, um tubo será posicionado nas suas vias respiratórias, através da sua boca. Isso permite ventilar seus pulmões e uma oxigenação perfeita de todo seu corpo durante a cirurgia.
Em algumas cirurgias, há necessidade de transfusão sanguínea, que é determinada pelo anestesista em conjunto com o cirurgião. Esse sangue geralmente é retirado do seu próprio corpo antes da cirurgia (num processo chamado autodoação), ou em alguns casos pode ser doado por seus pais ou familiares.

INCISÃO CIRÚRGICA
Após a anestesia, o cirurgião irá preparar a sua pele para a cirurgia com uma solução de povedine-iodo. É importante que você avise a equipe médica em caso de alergia a IODO, pois outros produtos podem ser utilizados em seu lugar. Em seguida, campos estéreis são colocados sobre seu corpo ao redor da área a ser operada, com o objetivo de evitar infecções.
O tamanho e local da incisão varia com o tipo de cirugia planejada, tipo de intrumentos a serem implantados, e com a preferência do cirurgião. Uma segunda incisão pode ser necessária, caso haja necessidade de retirar enxerto ósseo, na região da pelve (cintura).

IMPLANTES CIRÚRGICOS
Parafusos, ganchos e hastes feitos de aço ou titânio são utilizados para auxiliar na correção da deformidade. Rejeição a este tipo de metal é extremamente rara, já que são bem tolerados pelo seu corpo.
Existem várias técnicas similares para tratar a escoliose cirugicamente.
Independente do material utilizado, o objetivo é o mesmo: inserir o implante nas vértebras para corrigir a deformidade.

ARTRODESE (FUSÃO ÓSSEA)

A fusão óssea permite que a correção de deformidade não seja perdida no futuro. Ela ocorre através da colocação de pequena quantidade de osso retirado de seu osso ilíaco (o osso da bacia), sobre as articulações da coluna, expostas durante a cirurgia.
Os implantes metálicos obtêm a correção imediata da deformidade, mas sua principal função é manter a coluna alinhada até que a fusão óssea ocorra. Sem isso, com o tempo os implantes podem se enfraquecer e quebrar.

WAKE-UP TEST (TESTE DO DESPERTAR)

Uma fez feita a correção cirúrgica, é importante saber que esta não interferiu no funcionamento da medula espinhal. Isto é feito através de uma redução gradual da anestesia, até que você acorde. O anestesista pedirá que você mova seus pés, e sua resposta será observada por um dos auxiliares cirúrgicos. Assim que o teste termine você voltará a dormir. As medicações analgésicas aplicadas pelo anestesista impedem que você sinta qualquer dor durante este procedimento, e na maioria das vezes o paciente não lembra de ter realizado o teste.
Caso o teste mostre alguma modificação no movimento das pernas, o cirurgião reduz a correção da deformidade até que estes sejam normalizados, e caso a alteração persista, todos os implantes são retirados, e o tratamento deve ser modificado. Este teste é feito de rotina, mas o risco de alteração do funcionamento dos nervos ocorre apenas em curvas maiores que 80 graus, ou quanto alguma alteração prévia da medula espinhal existe.

FIM DA CIRURGIA

Uma vez encerrada a cirurgia, a incisão cirúrgica é fechada com fios de sutura que serão absorvidos pelo seu próprio corpo. Isto significa que NÃO há necessidade de retirar os pontos posteriormente. Você será levado a uma área de recuperação, até que recupere completamente a consciência e seus dados vitais sejam reestabilizados.

OUTRAS TÉCNICAS CIRÚRGICAS

Toracoplastia
Envolve a correção da deformidade das costelas (giba), através do encurtamento de algumas costelas. Este procedimento é feito por questões estéticas, e sua necessidade deve ser discutida entre cirurgião e paciente antes da cirurgia. Como envolve os arcos costais, pode causar alguma limitação dos movimentos respiratórios após a cirurgia.

Toracotomia
A correção de alguns tipos de deformidade pode envolver uma cirurgia na parte anterior da coluna, através do tórax (toracotomia), onde a remoção de uma das costelas permite que o cirurgião tenha acesso à coluna. Este procedimento pode ser feito isoladamente (cirurgia anterior apenas) ou em conjunto com a cirurgia posterior. Há a necessidade da instalação de um dreno torácico após a cirurgia para permitir que os pulmões voltem a se expandir, o que pode causar um desconforto extra por um ou dois dias após a cirurgia. Em alguns casos, essa operação pode ser feita através de vídeo cirurgia, com incisões menores que as convencionais. Entretanto, a eficácia da cirurgia vídeo-assistida ainda deve ser comprovada em estudos científicos.

COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS

Complicações durante cirurgias para escoliose são extremamente raras, e a maioria das operações são conduzidas sem problemas.
Entretanto, em alguns casos, complicações podem ocorrer. Felizmente a maioria destas complicações pode ser resolvida graças à experiência da equipe cirúrgica.

Complicações Relacionadas à Cirurgia da Coluna

Problemas Neurológicos
O risco de complicações neurológicas foi estimado em 0,7% pela Sociedade Americana de Pesquisa em Escoliose, sendo que a maioria dos pacientes afetados recupera-se completamente. Dentre as causas estão compressão da medula espinhal ou nervos pelos implantes metálicos, hematoma epidural, ou correção excessiva da deformidade. Obviamente, vários testes são feitos durante a cirurgia para evitar que isso ocorra.

Hemorragia
Cerca de 3% das cirurgias para escoliose podem cursar com sangramento excessivo. Esse problema é corrigido durante o procedimento com a administração de líquidos (soro, ringer ou sangue) para manutenção de pressão sanguínea adequada.

Problemas respiratórios
Durante a realização de cirurgia por via anterior (toracotomia) ou na ressecção de costelas (toracoplastia), pode haver dificuldade para expandir os pulmões adequadamente. Neste caso, o cirurgião precisa inserir um dreno de tórax por alguns dias, para manter a pressão dentro do tórax e drenas eventuais sangramentos na cavidade torácica.
Após a cirurgia, uma boa função pulmonar ajuda a evitar infecções respiratórias. Por isso é importante que você realize exercícios respiratórios logo após a cirurgia, mesmo que isso lhe cause alguma dor.

Problemas intestinais
Vômitos e náuseas são comuns após a cirurgia, e são manejados com medicamentos específicos para reduzir o desconforto causado por estes problemas. Alguns pacientes apresentam dificuldade para recuperar o funcionamento normal do intestino após cirurgia para coluna; isso requer controle da ingesta de alimentos, para que o problema não se agrave. Medicamentos laxativos podem ser necessários se não houver movimento intestinal após o quarto ou quinto dia pós-operatório.

INFECÇÃO
Esta é uma das complicações mais comuns envolvendo qualquer procedimento cirúrgico. Quanto mais complexa e prolongada a cirurgia, maior é a perda sangúinea, maior o tempo de anestesia, e maior é o tempo de exposição do corpo. Todas essas condições aumetam o risco de infecção, que no caso da cirurgia para escoliose, varia de 1 a 5%.
O próprio paciente é uma fonte de microorganismo que podem contaminar o local da cirurgia, levando à infecção apesar do uso de antibióticos. Outros fatores, como idade elevada, desnutrição, obesidade, imunossupressão, diabetes, uso de corticóides, e uma infecção pré-existente, podem aumentar o risco de infecção pós-operatória.

Problemas Circulatórios
Apesar de raros em crianças e adolescentes, há a preocupação com Tromboflebites sempre que um paciente fica acamado. Movimentação precoce após a cirurgia, e em alguns casos o uso de meias compressivas especiais, auxiliam a reduzir o risco de alteração na circulação das pernas. Caso isso ocorra, medicamentos específicos são utilizados para fazer com que a circulação volte ao normal.

Parada Cardíaca
Sempre existe um risco, ainda que mínimo, de parada cardíaca toda vez que uma anestesia é aplicada. Na maioria das vezes é impossível prever sua ocorrência.
Através da monitorização do paciente durante a cirurgia, alterações são detectadas precocemente, e medidas são tomadas antes que uma parada cardíaca possa ocorrer. Ainda, anestesistas são peritos em manobras para reverter qualquer complicação cardíaca que possa ocorrer durante a cirurgia.

PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO

Assim que você deixar o centro cirúrgico, você ainda estará sob efeito dos anestésicos. Algum tempo depois, é natural que você sinta alguma dor. Existem medicamentos prescritos pelo seu médico, e que serão aplicados pela equipe de enfermagem, que controlarão essa dor pós-operatória.
Você também pode sentir uma sensação de desconforto e dificuldade para encontrar uma posição cômoda, mas isso faz parte de um processo de adaptação do seu corpo a um novo alinhamento de sua coluna.

Edema
Você pode apresentar um aumento de volume, que é mais evidente na face e mãos, e este decorre da grande quantidade de líquidos que você recebe durante a cirurgia e por ter ficado muito tempo numa mesma posição (o que é necessário para a cirurgia). Este edema pode levar até três dias para desaparecer completamente.

Acesso Venoso
Uma pequena cânula permanecerá conectada a uma veia no seu braço, permitindo que você receba hidratação adequada, antibióticos e analgésicos, nas 48 horas que seguem a cirurgia.

Sonda Urinária
Esta é inserida antes da cirurgia para esvaziar sua bexiga, e é mantida por 24 horas para evitar o desconforto de ir ao banheiro no período que se segue à cirurgia. Assim que você se sentir confiante para deixar a cama, o cateter é retirado.

Incisão Cirúrgica
A equipe de enfermagem será responsável por averiguar os curativos periodicamente, e trocá-los quando necessário.

Drenos
Muitas vezes drenos são posicionados na região da cirurgia ou no tórax (nas toracotomias e toracoplastias), para evitar que sangue se acumule nos locais operados. Estes são removidos entre 24 e 48 horas após a cirurgia.

Exercícios Respiratórios
É fundamental que você realize exercícios após a cirurgia, permitindo uma recuperação mais rápida e evitando o acúmulo de secreções no pulmão.

Visitas
Seus pais e membros diretos da sua família podem visitá-lo no hospital. Entretanto, você precisa de repouso para se recuperar o mais rápido possível; recomendamos que visitas sejam restritas nas 48 horas que se seguem à cirurgia.

Mobilização
Você ficará deitada nas primeiras 12 a 24 horas após a cirurgia, e a equipe de enfermagem será responsável a ajudar na mdança de posição na cama, para aumentar seu conforto. Assim que você se sentir confiante, a cama será reclinada gradualmente até que você esteja completamente sentado. Apartir deste momento você pode tentar sair da cama e ir ao banheiro ou sentar-se numa cadiera por curtos períodos de tempo.

Dieta
Assim que seu intestino volte a funcionar, você pode iniciar sua alimentação, gradualmente. Nas primeiras 24-48 horas, é preferível uma dieta leve, com sucos e sopas.

Exercícios
Apesar de estar acamado nos primeiros dias do período pós operatório, você deve mobilizar braços e pernas logo nas primeiras 24 horas; geralmente um fisioterapeuta ou seu médico orientam esses exercícios.

Alta Hospitalar
Depende do tipo de cirurgia e da sua recuperação. O período médio de internamento é de 4 a 5 dias.

RECUPERAÇÃO

Nas primeiras semanas que se seguem à cirurgia, você precisará de alguma ajuda para sair da cama, ir ao banheiro, ou tomar banho.
A dor decorrente da cirurgia deve diminuir gradualmente, tanto na coluna quanto na pelve (caso tenha sido retirado enxerto ósseo). A medicação para dor, deve ser utilizada somente quando necessário.

Higiene

Você pode tomar banhos de chuveiro em casa, mas recomendamos que utilize uma cadeira plástica, para evitar quedas, já que neste período você pode não estar acostumado ao novo alinhamento do seu corpo. Banhos de banheira são permitidos após duas semanas da cirurgia. Tenha sempre alguém na casa e não tranque a porta do banheiro, caso você não se sinta bem.

Cuidados com a cicatriz: evite cremes e perfumes no primeiro mês.
Não recomendamos que a cicatriz seja exposta ao sol no primeiro ano após a cirurgia, pelo risco de causar uma cicatriz aumentada e de coloração distinta à da sua pele. Procure aplicar protetor solar a cada duas horas sobre a área operada.
Alguns dermatologistas recomendam o uso de um creme de vitamina E para auxiliar na remodelação da cicatriz a partir da quarta semana pós-operatória.
Caso note aumento de volume, secreção ou alteração de cor ao redor da cicatriz, comunique seu cirurgião, para certificar-se que tudo está bem.
Ainda, você pode notar uma alteração temporária da sensibilidade ao redor da cicatriz, que deve desaparecer gradualmente em um ou dois meses.

Dieta
É comum, após um cirurgia longa como a da escoliose, que você não tenha apetite. É melhor para sua digestão que você faça diversas pequenas refeições durante o dia (de 4 a 6). Você também deve tomar cerca de 8 copos de água por dia. Frutas e vegetais são uma rica fonte de fibras, que auxiliarão seu intestino a funcionar normalmente. Ainda, vegetais ricos em ferro e carnes vermelhas auxiliam na recuperação dos níveis de ferro no seu sangue.

Reabilitação
Após duas semanas, reabilitação ajudará na recuperação de seu equilíbrio e flexibilidade, assim como no fortalecimento de sua musculatura.

Retorno às atividades normais
Quando em casa, procure fazer duas a três caminhadas ao dia, aumentando a distância gradualmente. Além de recuperar sua forma física rapidamente, exercícios estimulam o crescimento ósseo, auxiliando na consolidação do enxerto.
Você deve se programar para ficar um mês sem ir à escola / trabalho após a cirurgia. Uma sugestão é ter um programa de estudos em casa nesse mês.

Outros efeitos da cirurgia

O stress de uma cirurgia pode, algumas vezes, causar alterações no ciclo menstrual. Não existe motivo para preocupações, já que este evento é temporário.
Você deve ser reavaliada pelo seu cirurgião 4 semanas após a cirurgia, quando uma radiografia será feita, para que seu médico se certifique de que a recuperação está ocorrendo normalmente.


TABELA DE ATIVIDADE PÓS CIRURGIA ESCOLIOSE

segunda-feira, 26 de março de 2012

Os Exames - Pré Operatório

O dia da consulta chegou e com ele um pouquinho do susto que foi olhar meu Raio-X.
Com a coluna em S, são 67º em uma curva e 50º em outra. Conversei muito com o meu médico, ele me explicou muitas coisas sobre a cirurgia, me disse que minha escoliose é sim bastante evoluída, mas menos mal que, segundo ele, minha coluna também apresenta certa flexibilidade. Dúvidas esclarecidas e decisão tomada, hora de dizer claramente ao doutor: vamos lá, vou operar sim.
Como citei anteriormente, devido à faculdade, vou esperar as férias de Julho para operar e, apesar da ansiedade para que chegue logo julho, já estou fazendo os exames pré operatórios, que não sou poucos, mas está tudo indo bem até então.
Fiz 5 exames de sangue, não para a cirurgia, mas para o meu alergista. Descobri que estou ainda mais alérgica, alergia até mesmo de leite de vaca, trigo e clara de ovo, mas como tenho essas alergias atípicas desde criança, nenhuma novidade até então. O meu alergista me tranquilizou referente aos medicamentos que serão administrados antes, durante e após a cirurgia. Levei para ele uma relação que o ortopedista fez e o alergista me disse que esses remédios não me trarão problemas, a não ser a morfina, que vou precisar fazer um pequeno teste no hospital mesmo, para ver como será.

Os exames que o meu médico ortopedista me passou estou fazendo aos poucos. Os raio-x já foram todos, faltam ainda a ressonância magnética, pulmão e eletrocardiograma, que até o dia 19 de Abril, data do eletro, estarão todos prontos. Os exames de sangue vou fazer apenas próximo à data da cirurgia, pois meu médico preferiu não me dar a guia ainda, até lá ainda serão algumas consultas com ele.

Não posso deixar de citar a frase que mais venho escutado durante o período que decidi por fazer a cirurgia: - VAI DAR TUDO CERTO! ouço isso da minha família, dos meus amigos, de pessoas que conheci através desse blog, outros blogs, redes sociais. Pessoas que já operaram, vão operar, enfim, muito obrigada a todos pelas palavras, esse é o meu mantra - vai dar tudo certo, sim! =)

sábado, 17 de março de 2012

Escoliose - O que é, Como Diagnosticar e Tratamentos

     A coluna vertebral possui 3 tipos de curvas: a lordose, a cifose e a ESCOLIOSE . A lordose é presente na coluna cervical e na coluna lombar e a cifose é presente na coluna torácica.Apenas em casos em que a lordose e a cifose aparecem em grau aumentado é que são consideradas anormais e devem ser investigadas.

ESCOLIOSE:

         Há vários tipos de escoliose, sendo a mais freqüentPaciente com escolisee a do adolescente, sobre a  qual se refere este texto.
       A escoliose é uma curva SEMPRE anormal na coluna vertebral. Esse tipo de curva aparece no plano coronal, isso é, aparece quando olhamos a pessoa ou “de frente” ou “de costas”, diferentemente da lordose e cifose, que são vistas quando olhamos a pessoa “de lado”.
       A escoliose é muito mais freqüente em meninas do que em meninos (cerca de 6 vezes). Ela não possui origem conhecida, mas sabe-se que é devida a uma malformação nas cartilagens de crescimento das vértebras. É por esse motivo que o diagnóstico é realizado geralmente na adolescência, quando ocorre o período de maior crescimento.               


Radiografia
         O diagnóstico de escoliose é feito pelo exame clínico e pela radiografia (raio-x). A curvatura na radiografia deve apresentar pelo menos 10 graus para o diagnóstico de escoliose ser confirmado. Essa medida é feita pelo médico com o uso de uma régua chamada de goniômetro. Muitas vezes, o diagnóstico de escoliose é realizado quando o paciente realiza um raio-x de tórax ou de abdome solicitado por um médico que não ortopedista e é vista a deformidade. Para a medida correta da curva, é necessária uma radiografia panorâmica da coluna vertebral.




       O tratamento da escoliose do adolescente depende da idade do paciente, do grau de maturação óssea (vista na radiografia), do tempo decorrido da primeira menstruação nas meninas e no grau e tipo de curva vista na radiografia.
Geralmente os pacientes com curvas entre 10 e 20 graus são observadas. O tratamento inclui atividade física e fortalecimento muscular. A fisioterapia pode ajudar com exercícios e alongamento e com a melhora da postura. É importante o seguimento médico para o acompanhamento da evolução da curva, isso é, para ver se há piora da escoliose
         
Os pacientes adolescentes com curvas entre 20 e 40 graus podem ser tratados com colete, dependendo da idade, maturação óssea e tempo decorrido da primeira menstruação (no caso das meninas). Os coletes utilizados são o de Boston (que vai da cintura até as axilas) ou o de Milwalkee (que vai da cintura até o queixo), dependendo do tipo e da altura da curva. O colete é utilizado até o fim do crescimeto ósseo, que geralmente ocorre entre 16 a 18 anos nos meninos e cerca de 3 anos após a primeira menstruação nas meninas.

    Colete de Boston
Colete de Milwalkee
               

Os pacientes com curvas acima de 40 graus devem ser avaliadas quanto à possibilidade de necessitarem de cirurgia. Isso também vai depender da idade e outros fatores já citados.

Escoliose-Tratamento cirúrgico
   Cirurgia: a cirurgia para correção da escoliose possui 2 objetivos: 1- a correção da curva, com melhora do padrão estético e também a interrupção da piora da escoliose. Com a cirurgia, as vértebras são fixadas em uma posição desejada, ocorrendo uma fusão entre elas. Isso promove uma correção da curva e uma grande melhora estética, gerando grande satisfação para o paciente. Outro resultado da cirurgia é a interrupção da piora da escoliose. Após a fusão das vértebras operadas, ocorre um estacionamento da curva na mesma posição em que foi deixada após a cirurgia.
A recuperação após a cirurgia não é complexa. O paciente fica em pé e caminha no segundo dia após a cirurgia, geralmente recebendo alta do hospital em menos de 7 dias. O uso do colete após o procedimento é de escolha do médico, podendo ser utilizado dependendo do caso ou do resultado da cirurgia.

Como qualquer cirurgia, a correção da escoliose também pode apresentar riscos e complicações. Entre as complicações mais freqüentes encontram-se a infecção e a dor pós-operatória, que geralmente não é grande, sendo geralmente resolvida com medicações.
               
Para maiores esclarecimentos, procure sempre um médico ortopedista especialista.
* Fonte: http://www.tratamentodecoluna.com.br/website/index.php/o-que-e-a-escoliose

domingo, 4 de março de 2012

O Início

Bom, este é o primeiro post que faço no blog, portanto vou contar um pouco mais sobre a minha história, sobre como descobri que tinha a escoliose, enfim, como tudo começou.

Hoje eu tenho 23 anos.
Quando eu era criança, sempre tive uma péssima postura para escrever. Ficava com os olhos grudados no que eu estava fazendo, debruçada sobre o caderno, uma postura completamente inadequada. Com o ínicio da adolescência meus pais e irmãos notaram que eu estava "torta" mas todos ficavam tentando corrigir a minha postura, todos, inclusive eu, nunca imaginaríamos que o problema seria outro. Um dia, quando eu tinha 13 anos minha mãe observou que minhas costas possuia algo "sobressaliente" e queria me levar ao médico, mas eu sempre dava desculpas e dizia que não tinha nada errado para ela querer que eu fosse ao médico. No mesmo ano, minha mãe faleceu. Foi um choque para todos, pois ela teve um infarto de repente, meus irmãos já estavam todos casados, então agora seria apenas meu pai e eu.
Passei por essa terrível fase, amadureci bastante cedo.
Na escola, quando eu tinha 15 anos uma menina da minha sala, durante uma pequena discussão me disse algo como "pelo menos eu não tenho as costas tortas, como você". Aquilo me deixou extremamente magoada, a partir daí comecei a pesquisar na internet sobre doenças na coluna e descobri o que era a escoliose. Aos 16 anos conheci meu noivo, na época meu namorado...eu fui procurar um ortopedista e ele me apoiou muito, pois eu me queixava de dores nas costas. Depois de um Raio X percebi o quão séria era a situação, porém, acredito que por má sorte ou ironia do destino, acabei passando com um péssimo ortopedista. Tudo o que ele fez foi ficar olhando para meu raio-x, me disse que meu caso já era cirúrgico, não me informou quantos graus de escoliose eu tinha e muito menos o que fazer. Apenas me disse para que eu passasse com um outro ortopedista da clínica, para que ele pudesse dar também sua opinião. Saí de lá com uma guia para RPG e um imenso desânimo.
Quando mostrei o raio-x para o meu pai, me lembro que mesmo disfarçando ele chegou a chorar. Disse para que eu me empenhasse nas seções de RPG, pois a cirurgia seria séria e era melhor evitar isso.
Um sério agravante para o meu pai e eu pensarmos assim sobre o tema "cirurgia" é o fato de eu ser extremamente alérgica a medicamentos. Citarei mais detalhes em um post dedicado a esse tema.
Fiz as seções de RPG. No começo, bem no começo, senti certa melhora, mas depois o tempo ia passando e eu não sentia nem piora nem melhora, desanimei mais uma vez e deixei o assunto escoliose guardado em alguma gaveta do meu destino.
Comecei a faculdade, iniciei e terminei um tratamento dentário, onde coloquei aparelho ortodôntico, enfim, estava sempre querendo me cuidar e sentia que mais cedo ou mais tarde teria que me empenhar em saber mais sobre a minha escoliose e um possível tratamento.

Uma vez, pesquisando na internet, encontrei o blog da Juliana, que conta sobre a escoliose, cirurgia e pós operatório dela, também encontrei vários outros blogs de meninas que já operaram e esse, entre muitos outros, foi um dos principais motivos de eu ter procurado mais uma vez um ortopedista.
Eu estava esperando a carência do meu convênio terminar, pois eu havia migrado para um plano um pouquinho melhor e quando a carência acabou e eu sabia que não havia mais impecilhos, marquei uma consulta com um excelente médico no hospital Abreu Sodré (AACD) pois eu sabia que dessa vez precisava de um médico especialista e não um ortopedista qualquer. Precisava me sentir segura.
No dia da consulta, eu expliquei a ele como descobri que tinha escoliose, como foram minhas consultas anteriores com outros médicos e dei outras informações que ele pediu. Depois de me examinar, olhar bem minhas costas e solicitar um Raio-x completo ele logo me disse que apenas por olhar já dava para perceber que eu tenho uma escoliose com mais de 40º e confirmou que muito provavelmente o caso seria cirurgico realmente, mas só poderia dizer mais após olhar o raio-x. Meu noivo estava comigo e fez várias perguntas a ele, como seria a recuperação, pós operátório, limitações após a cirurgia e no final eu e ele nos sentimos bem seguros. Fiz o Raio-X e daqui a 12 dias voltarei para que o médico veja os resultados.

Confesso que estou muito ansiosa e com uma pitadinha de medo também. Chorei um pouquinho após a consulta, mais pelo fato de saber que estou no caminho certo do que de assustada, mas agora basta esperar e deixar que as coisas aconteçam como devem acontecer.

Eu criei esse blog para que eu possa dividir a minha experiência com outras pessoas que buscam informações sobre escoliose na internet e para que outras pessoas com esse mesmo problema possam interagir comigo e umas com as outras.

Em breve, voltarei com mais informações sobre o meu tratamento.