terça-feira, 24 de julho de 2012

A Tão Sonhada Alta - E a Volta Para Casa

No hospital Abreu Sodré / AACD onde operei, fui muito bem tratada, a equipe é fantástica e sou só elogios. Mas tem coisa melhor que a nossa casa, gente?

Do dia da internação, passando pela reação alérgica e nova data da cirurgia, eu fiquei um total de 9 dias internadas. Para mim, foi uma eternidade. Chegou um momento em que eu não conseguia mais sentir os cheiros das roupas de cama (por sinal no começo eu achava super cheirosas), não conseguia mais tomar os lanchinhos que a gente tem que comer de 3 em 3 horas (chocolate quente com biscoitinhos bauducco) nossa, eu não suportava nem sentir o cheiro da comida, que antes eram Bife ao Molho Madeira, Bife a Rolé, Filé de Frango (gente, tudo muito bem temperado, com sal, uma delícia!)... mas que depois que meu intestino parou de funcionar e meu médico determinou dieta leve... tudo era sopinha, purê, carnes e frangos desfiados (peguei trauma de frango e não consigo comer nem sentir cheiro até agora, quase 20 dias depois da cirurgia). Enfim, eu SONHAVA com o dia que iria para casa. Como já citei no post anterior, fiz de tudo para ser uma boa menina e ir para casa naquela quarta-feira. Meu pai, minha irmã e noivo achavam que não, que eu iria ficar mais uns dois dias, mas eles não estavam lá o tempo todo vendo todo o meu plano ser posto em prática e como eu demostrava que estava boa para ir para casa.

No dia anterior, um enfermeiro muito gente boa que cuidou de mim e uma outra muito legal tbm tinham uma tarefa: retirar o meu curativo. Isso significa retirar aquele adesivo filho-da-mãe que cola mais que superbonder na pele, é a prova d'água e o caramba, e eu pensando que tudo o que eu queria era me livrar dele. E assim foi. Isso foi bem no horário de visita e eu me surpreendi com a minha sobrinha de 8 anos, que ficou olhando tudo, sem medo, viu a cicatriz e achou tudo normal. Meu noivo morria de agonia também mas ficaram todos ali firme e forte olhando eles tirarem o que estava me incomodando.
Eles puxaram com calma mas ainda assim eu segurava no apoio lateral da cama, respirava fundo e soltava. Em determinado momento soltei um grito mas era de alívio, foi bem quando senti que tinham retirado tudo. Nossa, que liberdade!!! eles fizeram um curativo bem simpleszinho com gaze e esparadrapo bem fininho e aquilo me motivou a me movimentar ainda mais e cair fora de lá o quanto antes =D

Já na manhã da quarta-feira, aguardei a minha anjinha Cibely mais ansiosa que nunca, mas para minha decepção era folga dela. Uma outra enfermeira muito boazinha me deu banho, fui passear no Shopping, tudo mais cedo. As 11 da manhã meu médico foi me ver e eu disse a ele que queria ir para casa. Ele disse que eu estava bem e ia lá assinar a minha alta! Mais uma vez ele saiu do quarto e meus olhos lacrimejaram. Quando ele voltou me entregos receita médica, alta, tudo o que eu queria. Eu o agradeci da maneira que eu pude, pois sei que serei eternamente grata à ele e quando ele saiu, liguei para o meu pai, para minha irmã e para meu noivo, este, também mandei um sms dizendo "vem me levar pra casa! =D" Todos ficaram surpresos pois eu dizia o tempo todo que iria embora naquele dia e fiz por onde.

Quando a Isabel chegou pedi para ela me ajudar a me trocar, pra eu não sair com o pijama que eu estava do hospital. Ah e pela primeira vez, coloquei sutiã. Mas não qualquer sutiá, um que é uma espécie de top e não tem ferrinhos, sendo que o fecho é na frente, pois eu ainda não usei meus outros sutiãs tradicionais. Eu não aguentava mais e meus seios já até doíam, mesmo eu colocando regatinhas por baixo das blusas. Ela me ajudou a me trocar, e quando meu pai chegou só faltava eu colocar o tênis. Tudo pronto, verificamos se tudo estava na mala, penteei o cabelo sozinha e sem aguentar chamar uma enfermeira fui até o balcão que ficava de frente ao meu quarto pra saber se já podia sair correndo. Assinei minha carta de alforria e aguardei chamarem um enfermeiro para me acompanhar até a recepção. Um enfermeiro que ficava na administração chegou e lá fomos nós. Perguntaram se eu ia sair "em pé" (queriam me levar na cadeira de rodas até lá embaixo) e eu disse que entrei em pé e dessa forma eu sairia. Chegando no elevador encontramos o enfermeiro bonzinho que tirou o meu curativo e ele pediu minha ficha ao outro e disse que acompanharia meu pai e eu até a recepção. Eu disse à ele que queria ir ao bazar e ele disse que tudo bem, que depois da recepção ele me levaria ao bazar. Uma vez na recepção térrea fui até lá, a moça me desejou uma ótima recuperação e me deu um bom bom numa embalagem muito das chics com uma etiqueta desejando boa recuperação. De lá fomos ao bazar onde eu através de uma doação adquiri a Nina, mascote do Teleton. Eu tinha prometido a mim mesma que sairia de lá com um dos mascotes para deixar no carro e sempre me lembrar daquela causa. Chegando na porta meu noivo estava lá com o carro parado, me esperando. Um príncipe! ele e meu pai tinham colocado dois travesseiros no banco traseiro mas eu quis ir na frente. Coloquei um travesseiro nas costas e lá fomos nós. Andar de carro foi melhor que o esperado. Eu só sentia agonia em descidas, mas meu noivo me trouxe bem devagar e não senti buracos nem lombadas. Já chegando próximo a minha casa, um acidente e a gente ficou um tempão ali parado. Comecei a cansar da posição, a resmungar, mas graças a Deus passamos dali e chegamos. Ao ver meus cachorros já fiquei com vontade de chorar, mas meu noivo distraiu eles e tive que passar por eles direto pois eles pulam.

Ao abrir a porta de casa, comecei a rir feito louca. Minha casa toda pintada para me receber, eu queria abraçar o sofá novo, queria sentar, deitar, queria tudo, mas fui direto pro meu quarto. Lá chegando meu pai arrumou cuidadosamente a minha cama com lençóis novos e ele mesmo fez uma cabeceira para minha cama, que é box e antes não tinha. Meu quarto também recém pintado, para mim, era o paraíso. Deitei na cama e chorei compulsivamente de felicidade, meu pai e noivo não entenderam tanta choradeira, mas uma coisa eu digo, ficamos muito sensíveis depois de passar por todos esses procedimentos, cirurgia e tal.

Em casa, era receber os meus amigos queridos que não paravam de mandar msg e brindar a minha vida. Foi um dos dias mais felizes de minha vida!

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